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Fazenda San Francisco no Pantanal MS pelo Marcelo Luz

O mundo é muito pequeno, né? 

Não é que, logo que nós acertamos a nossa viagem para Bonito, descobrimos que um amigo nosso, o Marcelo, estaria lá no mesmo período???

Foi ótimo - embora nossos passeios não tenham coincidido, tivemos a oportunidade de ir juntos ao Projeto Jiboia e saímos para jantar várias vezes!

Quando descobri que o Marcelo faria o passeio ao Pantanal, que nós adoraríamos ter feito, mas não tivemos tempo, já fui me escalando e dando missão a ele: "Marcelo, vamos querer um post, hein?!?" - e o Marcelo, super gente fina, se saiu um blogueiro de primeiríssima categoria!!

Segue, em detalhes, a visita dele à Fazenda San Francisco, no Pantanal do Mato Grosso do Sul - obrigada, Marcelo, queremos mais!!!


Fui convidado pelos meus amigos Marlon e Claudia para escrever aqui no blog do “Felipe, o pequeno viajante”. Ficamos sabendo por acaso que teríamos alguns dias em comum visitando Bonito, no Mato Grosso do Sul. As agências de Bonito oferecem mais de 60 passeios. É impossível conhecer tudo em poucos dias. Dentre os passeios que fiz, e o Marlon e a Claudia não tiveram a oportunidade de fazer, está o do Pantanal, o qual detalharei a seguir.

A Fazenda San Francisco, meu destino, está localizada na região de Miranda, que fica num dos 11 Pantanais existentes:

 
os 11 Pantanais

Quase sempre quando penso no Pantanal, é na novela Pantanal que me lembro. Quem tem mais de 35 anos deve se recordar do estrondoso sucesso que ela fez no ano de 1990, quando foi exibida de março a dezembro na extinta Rede Manchete. Você deve estar pensando agora: em qual das 11 regiões do Pantanal (descritas acima) esta novela foi filmada? 

Foi na região de Pantanal da Nhecolândia (que nome, héim?!?), município de Aquidauana, mais precisamente na Fazenda Rio Negro (que atualmente não funciona mais para Ecoturismo, apenas para pesquisas e atividades de conservação). Esta região fica bem próxima à região de Miranda, na qual está localizada a Fazenda San Francisco, meu destino.

Meu passeio teve início às 5h15min da manhã, horário em que a van passou na Pousada Vôo das Garças, onde eu estava hospedado em Bonito. Acordei às 4h20min da manhã, cheio de energia e disposição (acredite!), afinal, realizaria um dos sonhos de minha vida, que era conhecer a região do Pantanal. 

Tive que caprichar no repelente de mosquitos, pois todas as pessoas com as quais conversei me alertaram que esta era uma das principais coisas que poderiam atrapalhar meu passeio. Pois bem, passei uma farta camada de repelente na pele (creme “OFF”) e spray (mesma marca) nas roupas. Este produto, aliás, é um dos mais eficientes e recomendo.

Tão importante quanto o repelente, é colocar roupas claras. Uma calça de cor escura transforma suas pernas num banquete para os mosquitos pantaneiros. 

Às 5h da manhã já estava aguardando a van na frente da pousada. A chuva estava constante desde o dia anterior, mas não me desanimou.

Chininho, o pequeno e dedicado “funcionário” da pousada que
foi me recepcionar às 5h da manhã na frente da mesma

Duas horas e meia de estrada com meia-hora adicional de intervalo numa lanchonete chamada “Zero Hora” (que também é o nome do jornal mais conhecido aqui no Rio Grande do Sul). Foi boa a viagem. Quem estava acordado pôde conferir o nascer do sol pantaneiro (que estava quase invisível devido à chuva, a qual persistiu até o final da manhã).

Por volta das 8hs a van chegou na Fazenda San Francisco.


Nos recepcionaram bem, nos explicando como seria o dia. Entretanto, nos deixaram mais de 1h esperando, sem satisfação alguma. Quando eu questionei os funcionários, me informaram que estavam aguardando a chuva diminuir. Por que então não nos avisaram sobre isto? Ponto negativo para a equipe da recepção da Fazenda San Francisco. 

Nesta espera, não pudemos ir muito longe devido à chuva, mas já tivemos contato com alguns animais: um papagaio, uma ema e uns poucos mosquitos (que estavam picando, mas não muito, provavelmente devido à umidade).



Após mais de uma hora de espera, finalmente os caminhões chegaram. Eram dois. O que eu peguei, por sinal, estava com um buraco no plástico do teto, causando a queda de água da chuva bem em cima de mim e do médico que estava ao meu lado com um equipamento fotográfico de mais de 40 mil reais. Mais um ponto negativo que nos chateou.

O tratamento dos guias desta vez foi diferente. Extremamente atenciosos, motivados e competentes (verdadeiros “olhos de águia”), nos apontavam e explicavam sobre todas as espécies de animais que apareciam para nós (pássaros, veados campeiros, capivaras, jacarés, etc). 

Algumas vezes, onças são avistadas nos caminhos que percorremos. Nas mais de 2hs que percorremos diversas estradas da fazenda, infelizmente não avistamos felino algum. Uma pena. A diversidade e a quantidade de outras espécies de animais, entretanto, compensou.



Retornamos para o almoço. Sem luxo, sem grande variedade, mas era muito boa a comida, bem feita e saborosa. 

As sobremesas, assim como os pratos quentes, também eram típicas da região. 

Após a refeição, muitas araras apareceram. Eram lindíssimas e até fizeram pose para os fotógrafos.  :-)



Após o intervalo de almoço, ainda pudemos interagir e conhecer melhor uns aos outros. Conheci alguns brasileiros e um irlandês. Turistas estrangeiros estavam sempre presentes nos passeios que fiz a partir de Bonito, mas sempre em minoria em relação aos brasileiros.

A chuva começou a dar uma trégua quando fomos chamados para o passeio da tarde (o último do dia): uma navegação na “Chalana”, uma pequena embarcação de dois andares com cadeiras que podiam ser livremente posicionadas para uma melhor contemplação de parte da maior planície alagada do mundo.


Este passeio foi bem mais divertido que o da manhã. 

Além do local contar com uma beleza magnífica, tivemos a oportunidade de interagir um pouco mais com a natureza e ver ainda mais de perto os atrativos do Pantanal. Em especial jacarés caimãs (que só existem no Pantanal) e incríveis aves de rapina. 

Eles foram condicionados a realizar alguns truques interessantes, conforme explicarei a seguir:

Reparei que uma enorme ave nos acompanhou durante quase todo o trajeto. Era o Gavião-Belo:

Foto: Wikipedia


É uma das poucas espécies de aves de rapina brasileiras com hábito de caçar peixes. Imagine então a felicidade desta ave ganhando um delicioso petisco “na faixa”? 

Este é um dos truques. A ave já aprendeu que, seguindo o barco, sempre ganha 2 ou 3 deliciosos peixinhos. Simples assim: o guia grita o nome da ave para chamar a sua atenção, joga o petisco na água, ela sai da árvore, dá um belo rasante na água e pega o peixe. Tudo ocorre em poucos segundos. 

Todos ficam maravilhados, pois a ave, além de muito ágil, tem cerca de 50cm de comprimento e uma coloração muito bonita. (fonte: Aves de Rapina Brasil)

Outra atividade que realizamos é a “pesca” de piranhas

É uma pesca de brincadeira (acho que proposital para não ser predatória): uma pequena vara de pescar, um pequeno anzol com uma carne crua na ponta e uma linha que não permite nada além de poucos palmos abaixo da superfície da água. 

Resultado esperado: quase ninguém consegue pescar a tal piranha. Em nossa embarcação, ninguém conseguiu. Soube, entretanto, que na outra o pessoal conseguiu uma.

De posse do peixe (o pessoal do barco sempre tem um de reserva para caso nenhuma piranha seja pescada), os guias preparam para o segundo “show”: petiscos para os jacarés




Eles vêm de “mansinho” pela superfície (só fico imaginando o terror que uma pessoa poderia sentir se estivesse dentro da água). Chegam perto do barco e calmamente esperam pelos petiscos. Ficam tão calmos que o guia toca com uma vara em seu couro para mostrar a todos o quão duro e resistente é o bicho. Impressionante. 

O guia então oferece ao bichano o peixe numa vara de pescar SEM ANZOL. Ele leva o peixe próximo ao jacaré, a ponto dele sair da água para pegar o seu petisco. 

É uma imagem impressionante ver aquele bicho de aparência pré-histórica, com aqueles dentes pontiagudos, saltar pra fora d’água. 

Os guias conseguem fazer ele ficar com a boca um pouco aberta, sendo possível observarmos alguns parasitas que vivem em sua boca

Um macho e uma fêmea fizeram o “show”. O “Lulinha” (ele não tem uma pata) apareceu atrasado e a apresentação infelizmente já tinha terminado (ele ganhou uns petiscos mesmo assim).

Terminados os shows, retornamos à Fazenda San Francisco. 

Infelizmente, estava quase na hora de irmos embora…deu tempo de saborearmos pipoca, caldo de piranha, bolo, suco e café. 

Algumas aves ainda apareceram no local (nos recomendaram com antecedência para não alimentarmos os animais, pois o sal e o açúcar são nocivos para elas). 

Deu tempo também de fazermos algumas belas fotos, como esta abaixo, a qual eu considero a melhor de todos os passeios que fiz em minha viagem a Bonito:



Recomendo este passeio a todos que desejam conhecer as belezas do Pantanal e ter um contato íntimo com a natureza. 

Julho a dezembro são os melhores meses. 

Para aqueles que desejam uma aventura ainda maior, é possível agendar uma estadia na própria Fazenda San Francisco (dormindo lá), com passeios guiados noturnos (devem ser bem emocionantes!!). 

Conversei com um médico de Recife cujo hobby é fotografar pássaros (o mesmo que citei lá no início deste artigo) e ele me mostrou umas fotos INCRÍVEIS que fez na noite anterior de um casal de onças-pintadas (não são pássaros, mas tá valendo, né???). 

Eu pedi algumas dessas fotos pra ele. Estou aguardando. Se ele me enviar, prometo que atualizo esta publicação pra vocês conferirem!

Abraços a todos e até a próxima! :-)

Se você quiser saber mais sobre esse passeio, deixe sua dúvida na caixa de comentários abaixo, ou entre em contato com o Marcelo pelo Facebook dele, Marcelo Luz M. dos Santos.

Você também já foi ao Pantanal? Deixe suas dicas aqui pra gente!

Confira as tarifas reserve sua estadia em Bonito:




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Marlon Sandri Pegoraro

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5 comentários:

  1. O jacaré Lulinha chegou atrasado por que não sabia de nada, foi traído pelos "cumpanhero"!

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  2. Olá Claudia. Adorei o post!!! Meu filho ia adorar esse passeio, mas não vi crianças por lá. Você indica levar criança num passeio assim?
    Um beijo e parabéns!
    Debora

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    Respostas
    1. Debora, eu não fiz esse passeio, mas, pelo que o Marcelo descreve dele, acho que teria sido um dos poucos passeios da região que eu teria levado o Lipe se ele tivesse ido nesta viagem conosco!

      Do meu ponto de vista, Bonito só é legal para crianças acima dos 6 ou 7 anos (inclusive as agências recomendam levar crianças a partir desta idade) - mas acho que esse passeio seria um dos poucos recomendados para todas as idades...

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  3. Oi Debora! Se tu achas que teu filho irá gostar, pode levá-lo sim! Se ele curte natureza, com certeza irá adorar o passeio (principalmente o passeio de Chalana)! Só te recomendo escrever ou ligar pra confirmar a idade mínima permitida. O pessoal é rigoroso quanto às regras. Abraços e boa viagem pra vocês! ;)

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