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Death Valley - uma aventura no Vale da Morte (modo de usar)

Vindos de Yosemite National Park, depois de conhecer Mariposa Grove, o antro das sequoias gigantes, passamos uma noite de free camping no Walmart de Selma, que fica na estrada #99, a sudeste de Fresno, Califórnia

No dia seguinte, saímos com destino ao próximo highlight da viagem, o famoso parque nacional  norte-americano Death Valley.

Primeiro passamos por Bakersfield, e até lá a paisagem foi normal, de highways




Depois de Bakersfield, porém, pegamos a estrada #178, para o leste, e a paisagem ficou novamente espetacular, pois cruzamos a Sierra Nevada por um canyon incrivelmente bonito.

Achamos que o dia seria monótono, todo na estrada, sem maiores belezas naturais, até conseguirmos finalmente chegar ao Death Valley, depois de uma imensa quilometragem, mas a verdade é que a gente se surpreendeu com o cenário a cada curva!

Atravessamos a Sequoia National Forest, mas não vimos nenhuma sequoia :-( ainda bem que riscamos as sequoias da nossa wishlist ontem, no Mariposa Grove de Yosemite National Park!


Teria sido possível ir ao Sequoia National Park e também ao Kings Canyon National Park, pois ambos ficavam num pequeno desvio do nosso caminho, perto de Fresno, mas optamos por seguir viagem, afinal temos um longo caminho pela frente até o Death Valley e já vimos árvores gigantes o suficiente kkkkk (veja nossa visita ao Muir Woods National Monument, parque das redwoods, aqui)...

Na travessia da Sierra Nevada fechamos 3.000 milhas nesta viagem :)

O dia estava nublado até Bakersfield, no trecho feio, mas novamente tivemos sorte (nosso acordo com São Pedro não falha!!!) e, assim que a paisagem começou a ficar bonita, o sol apareceu, junto com um céu azul lindo!

Quando chegamos na Junction da estrada #178 com a #395, pegamos esta para o norte, e entramos na área desértica da Califórnia.

A gasolina aqui nesta região é super cara, U$ 3,76, é melhor chegar aqui com o tanque bem cheio! E, dentro do Death Valley, a gasolina é mesmo pela hora da morte: U$ 5,98 pelo galão!!!


A estrada até Olancha é bem bonita, com montanhas por todos os lados. Pudera, a montanha mais alta dos EUA continental fica aqui, é o Mt. Whitney, com 14.494 pés, que nós vimos no caminho, tapado de neve.

Além da gasolina, que é uma fortuna por aqui, todo o resto também é escasso - compre mantimentos e muitas bebidas antes de vir (principalmente no verão, quando as temperaturas alcançam facilmente os 50°C - é um dos lugares mais quentes do mundo!).

E não venha para o Death Valley esperando luxo e internet wifi que funcione - as acomodações e restaurantes são básicos, embora eu tenha ficado abismada de ver uma piscina (no meio do deserto!!!!!) em Stove-pipe Wells...além, é claro, da lojinha de sempre! Até tinha wifi lá, mas a conexão era sofrível...

Owens Lake

Chegando em Olancha, saímos da estrada #395 e pegamos a #190 para leste, e fomos bordeando o Owens Lake, um lago seco com uma paisagem incrível ao redor.




A partir daí, seguimos sempre pela #190, que cruza todo o Death Valley National Park.


O parque, que é onde fica o ponto mais baixo dos EUA (bem pertinho do ponto mais alto!), em Badwater, quase 90m abaixo do nível do mar, é também o lugar com as maiores temperaturas do país no verão e o maior parque nacional fora do Alaska

Sério, o Death Valley consegue ser maior do que o Grand Canyon, Yosemite ou Yellowstone!

As paisagens que nós cruzamos são indescritíveis. Muito, mas MUITO mais bonitas do que a gente esperava!

A cada 5min o cenário mudava completamente. Mal dava para acreditar. Às vezes, parecia que estávamos em Marte. Minutos depois, eu poderia jurar que a paisagem era lunar. Um espetáculo.




Não é por nada que eles até dão palestras falando sobre como os estudos desenvolvidos na cratera de Ubehebe, aqui no Death Valley, podem nos ajudar a entender o planeta Marte...

Claro que nada se compara ao Grand Canyon, mas, como um todo, eu me arrisco a dizer que a paisagem do Death Valley é das mais espetaculares (e malucas, e diferentes) que nós já vimos nas nossas andanças mundo afora.

Tá certo, eu sei que eu tenho uma tara especial por desertos, mas esse aqui é diferente, justamente por ser tão variado e acessível. Nem precisa se encarapitar no lombo de um camelo para conhecer...

É inacreditável que uma viagem de horas a fio percorrendo um cenário desértico possa ser tão variada - por incrível que pareça, o caminho não fica monótono nunca. A cada curva é um "ohhhhh", uma fotografia diferente!




Esse parque nacional, diferente dos outros em que estivemos nessa viagem, não tem "portarias" nas entradas, com rangers cobrando ingresso - no Arizona já havíamos visto uns parques estaduais e monumentos nacionais assim também...

A gente paga a entrada, que custa os mesmos U$ 20 por 7 dias por veículo, em máquinas, assim como o campground de Stove-pipe Wells, que também é pago em uma máquina (U$ 12 sem água nem luz) - que aceita cartão de crédito kkkkkk...inacreditável, né?

Um camping, no meio do deserto, que você paga numa máquina, com cartão de crédito...surreal! Imagina isso no Brasil?!?


Panamint Springs

Depois de entrar no parque, e atravessar o Rainbow Canyon, se você vem pelo oeste como nós, a primeira vila é Panamint Springs, que não passa de um posto de gasolina com uma pizzaria, além de camping, pelo que vimos.



Stove-pipe Wells

Mais adiante, e depois de muitas paradas em mirantes pelo caminho, chegamos em Stove-pipe Wells, onde o Peg deu uma "corridinha" de 12Km e passamos a noite.



Aliás, para quem gosta de correr, ele recomenda muiiiito uma corridinha no deserto - ele disse que nunca se sentiu tão bem correndo como naquele clima seco e frio, voltou pro motorhome se sentindo o próprio Superman!



Em Stove-pipe Wells, como já contei, além do camping, tem uma General Store, lojinha, hotelzinho básico com piscina e wifi, gasolina...conheci a vila inteira em 15min, kkkkkk...







Mesquite Flat Sand Dunes

Como não precisávamos das comodidades do camping, andamos mais uns 2Km e fomos dormir no estacionamento de Mesquite Flat Sand Dunes, de graça, e com banheiros.

O céu estava estrelado demais, e a lua iluminando as dunas - foi uma noite linda e bem fria!

Acordamos com a paisagem das dunas de areia ao nosso redor - foi lindo de ver o sol nascer atrás das montanhas cor de rosa, iluminando as dunas!



Mesquite Flat Sand Dunes é a parte do Vale da Morte que mais lembra o que o nosso imaginário tem por um "deserto": dunas de areia. 

Nós acordamos muito cedo e já estávamos lá, mas mesmo assim não fomos os primeiros: quando chegamos para "desbravar" as dunas, elas já estavam cheias de pegadas - e não é por nada, pois as dunas são lindas, super fotogênicas, um dos lugares mais visitados do parque nacional. 









Marble Canyon

Depois de dar uma boa caminhada pelas dunas de areia, voltamos para trás, pois um pouco antes de chegar em Stove-pipe fica o Marble Canyon, onde a gente chega por uma estradinha de terra de pouco mais de 2 milhas.

Essas estradinhas de terra do Death Valley são matadoras para o motorhome, e esta foi a única que nós enfrentamos, porque o Marble Canyon realmente merecia: é um canyon bem estreito, todo de mármore, um lugar inacreditável!

A trilha é bem tranquila, e o Felipe a-do-rou! 

Foi todo tempo "escalando" as paredes de mármore do canyon! Não sei quantos quilômetros tem o canyon - nós andamos menos de 1Km e demos volta. 

Foi o suficiente para o Lipe ficar imundo kkkkk...










Depois, continuamos para o sul, pela estrada #178, até Harmony Borax Works, local de uma antiga refinaria de sais minerais.

Furnace Creek

Mais adiante, chegamos em Furnace Creek, a maior vila do Death Valley, um lugar surreal, cheio de palmeiras, no meio do deserto. 

Furnace Creek tem gasolina caríssima, hotel do tipo resort, vários campgrounds e restaurantes.

Para uma experiência mais luxuosa, é o lugar certo; mas eu, que sempre prefiro coisas mais autênticas, não trocaria nosso free camping em Mesquite Flat por nada :)







Golden Canyon

De lá, seguimos para Golden Canyon, uma caminhada de 2,4 milhas, ida e volta, que é a trilha mais popular (e mais bonita!) do parque. 

Não é acessível para carrinho mas, embora seja uma trilha bem longa, é bem fácil!

O lugar se chama Golden Canyon por causa das paredes amareladas, e com o sol que estava fazendo, ficou lindo demais!  

Fica 3.2Km ao sul de Furnace Creek.






Badwater

A nossa parada seguinte (sem contar as inúmeras paradas para fotos na estrada, no meio do caminho!), foi em Badwater, ponto mais baixo dos EUA e também do hemisfério ocidental, a 85,5m abaixo do nível do mar.

Fica 27Km ao sul de Furnace Creek

É um mirante super interessante, com painéis que explicam as coisas e uma placa no alto de uma montanha do lado, mostrando qual é o nível do mar e o quão baixos nós estamos.








Artist's Palette

De Badwater, voltamos pela mesma estrada #178, embora fosse possível continuar, porque queríamos passear no Artist Drive, especialmente para ver o ponto chamado de Artist's Palette.

A entrada dessa estrada, que é um circuito de mão única, fica 13Km ao sul de Furnace Creek e, por ser de mão única, é mais negócio deixar para fazer esse "loop" na volta de Badwater, como nós fizemos.

Vale muito a pena. Não é por nada que o lugar tem o nome que tem. Poderia também se chamar cerro das 7 cores ou coisa parecida - são cerros que parecem banhados por um arco-íris.








Não há a menor dúvida de que, quem quer que seja que criou esse Vale da Morte, foi muito criativo. É um daqueles lugares onde a gente se sente mais perto de Deus.

E também não posso esquecer de dizer que há vida no Vale da Morte. Muiiiita vida. Mesmo no inverno, na baixa temporada, havia muitos turistas passeando por lá, gente de vários lugares do mundo, inclusive brasileiros - encontramos 2 famílias falando português.

Hoje a paisagem estava ainda mais bonita e variada que ontem, talvez por causa do sol e céu muito azul - cada curva era um flash!






Zabriskie Point

Depois do Artist Drive, voltamos a Furnace Creek e pegamos a estrada #190 de novo, com parada obrigatória no mirante de Zabriskie Point, em meio às "badlands" meio amarelas, meio vermelhas, onde almoçamos no motorhome.

Para as pessoas que vêm de Las Vegas, essa é normalmente a primeira parada dentro do parque nacional - e é uma das vistas mais bonitas do Death Valley inteiro!

Para nós, foi uma excelente despedida do último parque nacional da nossa viagem :-( deu até uma tristeza, um banzo antecipado...





Saímos do parque nacional em direção à Death Valley Junction, torcendo que lá tivesse gasolina. Não tinha. Death Valley é o fim do fim dos mundos - parece mais a Índia do que os EUA. É bem o que o nome diz, uma mera junção de estradas.

Para compensar, o fim de tarde foi intraduzível - de repente, tudo ao nosso redor, céu, montanhas e deserto, ficou pink

Um pôr do sol perfeito para encerrar uma roadtrip perfeita!

Em Death Valley Junction pedi informações num saloon e, diante da garantia de que havia gasolina em Pahrump, decidimos seguir para lá, pela State Line Road, a estrada que cruza a fronteira entre a Califórnia e Nevada

Mais adiante, pegamos a estrada #160 até Pahrump, a mesma #160 que vai nos levar de volta a Las Vegas!

Gasolina em Pahrump a U$ 3,06 o galão

Foi só voltar para um fim de mundo em Nevada que a gasolina já barateou horrores!

A gasolina na Califórnia é a mais cara de todas (tanto em Nevada, quanto em Utah e Arizona, é muito mais barato!) - vá para lá de tanque cheio!!! 

Para saber quanto custa viajar de motorhome pelos Estados Unidos, veja este post aqui, em que eu conto todos os detalhes sórdidos ;)





Carl's Jr Burgers

Em Pahrump, jantamos no Carl's Jr Burgers - o da estrelinha amarela - eu nunca tinha comido lá e adorei! 

Acho que o Philly Cheese Steak deles foi o melhor burger que eu já comi! Ou então é que eu estava com muita fome mesmo kkkkkkk...


Depois de Pahrump, decidimos seguir um pouco até mais perto de Vegas e encostamos o motorhome num acostamento para dormir quando ficamos muito cansados, porque no dia seguinte a vida continuava...em Las Vegas, e de onde estávamos já dava para ver um clarão imenso no céu, do lado esquerdo da estrada - as luzes da Sin City!!!


Você já visitou o Vale da Morte?? Tem alguma dica especial para os nossos leitores? Deixe aqui a sua recomendação! 





Planejando ir aos Estados Unidos?






Leia também

Os posts sobre a nossa viagem de motorhome pelo Sudoeste Americano (Nevada, Utah e Arizona), com muitos parques nacionais no caminho, estão aqui

As nossas postagens sobre viagens de motorhome estão todas organizadas aqui.

Para ler todos os nossos posts sobre a Disney, veja aqui





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Claudia Rodrigues Pegoraro

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4 comentários:

  1. As viagens de vocês são esplêndidas, as fotos maravilhosas. Tudo isso merecia um livro, um manual, algo capaz de encantar, estimular e auxiliar o viajante. Parabéns!

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    1. O blog já tá de bom tamanho, hehehehehe, essas brincadeiras dão muito trabalho!

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  2. Ola Claudia. Vc fez este trajeto todo em quantos dias?

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  3. Ola Claudia. Vc fez este trajeto todo em quantos dias?

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